Produção de farinha ainda ajuda a mover a economia de Travessão de Barra

Zildo comanda há sete anos uma fábrica de farinha, onde gera 10 empregos

Maurício Barreto

Em São Francisco de Itabapoana a comunidade de Travessão de Barra ganhou notoriedade pela grande produção de farinha de mandioca. Apesar da queda gradativa no número de fábricas ao longo dos anos, a atividade ainda tem um peso significativo na economia daquela região, situada no Segundo Distrito do município.
Estima-se que existam hoje em torno de 16 fábricas espalhadas por Travessão, Praça da Fé, Bom Lugar e outras localidades nas proximidades. Além dos proprietários, dezenas de funcionários e os produtores de aipim e mandioca, matéria-prima para a fabricação, estão inseridos nessa cadeia de lucros oriundos da atividade.
Há sete anos tocando uma fábrica em Travessão de Barra, na estrada que dá acesso à comunidade de Coréia, Zildo Santana Azevedo, 57 anos, conta que herdou o empreendimento de seu ex-patrão, que desistiu do negócio.
- “Hoje eu gero 10 empregos diretos na fábrica e outros 10 na lavoura. Os valores pagos são de 25 a 70 reais por dia, dependendo da função. Minha produção média é de 60 sacos de 50 kg por dia”, explica o produtor, que reivindica um pouco mais de apoio do poder público aos produtores de mandioca e, ainda, mais união dos donos de fábricas para que o negócio se torne ainda mais lucrativo.
Cálculos do Escritório da Emater em São Francisco apontam para uma produção anual de mandioca em torno de 3,5 mil hectares no município, sendo que 20% desse total são destinados à produção de farinha. O município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, completa a oferta de matéria-prima para os fabricantes de São Francisco.
Atualmente o quilo da mandioca custa 19 centavos e, para a produção dos 60 sacos de 50 kg diários, são necessários, de acordo com Zildo, 12.000 kg. O preço de cada saco, segundo ele, gira em torno de 55 reais. O destino da produção, em sua maioria, são as empresas que industrializam o produto.